quarta-feira, 28 de novembro de 2007


Leilão da ANP arrecada R$ 2,1 bi

Nicola Pamplona, Kelly Lima e Mônica Ciarelli, Rio

As mudanças promovidas às vésperas do leilão afugentaram as maiores companhias do setor, mas, mesmo assim, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) obteve arrecadação recorde de R$ 2,109 bilhões na 9ª rodada de licitações de áreas exploratórias no Brasil, realizada ontem.

Desta vez, ao contrário de anos anteriores, os grandes concorrentes da Petrobrás foram companhias brasileiras, estreantes no setor ou de pequeno e médio porte. A ANP vendeu 117 das 271 áreas oferecidas e espera investimentos de R$ 6 bilhões nos próximos anos.

O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, comemorou o resultado do evento, que arrecadou mais do que o dobro do que o recorde anterior, de R$ 1,07 bilhão. Mas reconheceu que poderia ser bem melhor caso as 41 áreas com potencial de reservas abaixo da camada de sal fossem mantidas. “Mas as áreas saíram para que se busque benefícios maiores para o Brasil. Foram reservadas para um aproveitamento mais expressivo do que os R$ 8 bilhões em bônus que poderiam render.”

Como em leilões anteriores, a Petrobrás foi a empresa com o maior número de blocos arrematados: 27, a um custo total de R$ 195,5 milhões. Mas, desta vez, perdeu mais disputas do que ganhou. “Colocamos os valores que achamos que cada área tem, mas parece que outros pensam que vale mais”, afirmou, pela manhã, o gerente-executivo de Exploração e Produção da companhia, Francisco Nepomuceno. Naquele momento, a estatal acabava de perder importantes blocos na Bacia de Santos para a estreante OGX, companhia nacional controlada pelo empresário Eike Batista.

A OGX despontou como grande surpresa do leilão, jogando pesado e arrematando 21 áreas em 23 disputas. A companhia, por sinal, foi responsável por nada menos do que 70% da arrecadação total do evento. A OGX pagou o maior bônus da história dos leilões, de R$ 344 milhões por uma área próxima ao campo de Mexilhão, em Santos. Outra mineradora nacional, a Companhia Vale do Rio Doce também marcou sua estréia no setor de petróleo, com nove blocos arrematados, todos em parceria com a Petrobrás.

Para Lima, a chegada de novas companhias confirma o sucesso do leilão. Além das duas mineradoras, estrearam no País a australiana Karoon, a francesa Perenco e as brasileiras Lábrea e STR. Essa última derrotou a Petrobrás e parceiros em sete disputas na bacia do Parnaíba, nova fronteira com potencial para reservas de gás.

A Petrobrás deixou a impressão de que entrou com pouco apetite no leilão, se resguardando para os investimentos que terá de fazer nas descobertas do pré-sal.

Lima reconheceu que a ausência de áreas do pré-sal pode ter afugentando as grandes companhias do setor. As maiores - Chevron, Exxon, Shell, BG e Repsol, entre outras - não apareceram.


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Fonte:

http://www.estado.com.br/editorias/2007/11/28/eco-1.93.4.20071128.1.1.xml

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