sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Brasil ruma para a "1ª divisão" do petróleo

Fonte:Tribuna da Imprensa Online

Petrobras anuncia descoberta de reserva gigante de óleo e gás

Rodrigo Otávio

A Petrobras anunciou ontem uma descoberta gigante de petróleo leve na área de pré-sal da bacia de Santos. A descoberta foi saudada como o possível início de um novo patamar na realidade petrolífera do País. "Eu acho que é, talvez, um dos momentos mais importantes dos últimos anos do País. É nós falarmos o seguinte; 'olha, é possível, muito provável, de uma certa forma quase certo, que nós tenhamos uma grande reserva petrolífera e gasífera além da que nós conhecemos'. Parece, tudo indica, que nós temos uma grande riqueza em petróleo que nos muda de patamar, que transforma esse em um país exportador de petróleo", afirmou a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência, Dilma Rousseff.

Tamanha excitação se explica pela quantidade encontrada, estimada entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo em um poço de uma das áreas da bacia, que vai do Norte do Rio de Janeiro até Santa Catarina. Com as reservas atuais do Brasil de cerca de 11,5 bilhões de barris, o montante da descoberta seria quase que 50% daquilo contabilizado em 60 anos de exploração no País.

Suspense e nova realidade

O anúncio de ontem foi cercado de suspense, inclusive com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, Dilma Rousseff, oito ministros e mais os presidentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estiveram na sede da Petrobras, no Rio, para participarem de uma reunião especial do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Após reuniões pela manhã e pela tarde, Lula seguiu viagem para o Chile e a ministra Rousseff foi a escolhida para transmitir a novidade e suas conseqüências. O principal desdobramento imediato, tomado pelo CNPE, foi determinar a retirada dos blocos onde ocorreram a descoberta da 9ª Rodada de Licitações para exploração de petróleo da ANP, que acontece nos próximos dias 27 e 28. Assim sendo, a licitação terá menos 41 blocos dos 312 inicialmente previstos.

A ministra justificou a retirada como o passo seguinte ao impacto da descoberta. "A questão agora é o que nós faremos hoje, uma reflexão de como vamos explorar essa nova riqueza. É justo que façamos uma revisão de toda a política, logística e operação do petróleo no Brasil para que o País certamente passe de uma nação pouco significativa na área do petróleo para o primeiro patamar", afirmou.

Em um otimista cenário em que o País poderia estar "boiando em petróleo", Dilma sinalizou que é prematuro cálculos para a exploração comercial - embora tenha especulado um prazo de seis a sete anos - ou a adoção de uma nova postura, com mais poder de fogo, em negociações com parceiros de petróleo e gás da região, como Venezuela e Bolívia. Especificamente sobre a segunda, a ministra deixou claro que a reunião de ontem não interferia nas negociações com o vizinho sobre a atual crise brasileira no setor de gás natural.

2º subsolo

O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, explicou em termos técnicos a área descoberta. "As explorações de petróleo em águas profundas são feitas entre 1500 e 3000 metros. Depois desses 3000 metros vem camada rochosa da Terra. Por baixo dessa camada, tem uma camada de sal. Agora descobrimos que por baixo dessa camada de sal existe um volume significativo, bastante significativo, de petróleo aprisionado".

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/anteriores/ontem/noticia.asp?noticia=economia01

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