sábado, 6 de dezembro de 2014

Petrobras dá início à produção na Refinaria Abreu e Lima

 
A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a primeira de processamento de petróleo construída pela Petrobras nos últimos 34 anos, começou a refinar petróleo cru neste sábado após quase dez anos de obras e uma grande polêmica por seu elevado custo e pela decisão da venezuelana PDVSA de não se unir ao projeto.
, 6 dez (EFE).- A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a primeira de processamento de petróleo construída pela Petrobras nos últimos 34 anos, começou a refinar petróleo cru neste sábado após quase dez anos de obras e uma grande polêmica por seu elevado custo e pela decisão da venezuelana PDVSA de não se unir ao projeto.
A estatal informou em comunicado que começou a produzir derivados de petróleo na Unidade de Destilação Atmosférica (UDA) da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e que essa produção já foi armazenada nos tanques e esferas da unidade.
“A primeira carga de petróleo, após o processamento na UDA, gerou gás liquefeito de petróleo (GLP), nafta, diesel e resíduo atmosférico (RAT)”, segundo a nota da Petrobras.
A companhia petrolífera informou que, com a primeira carga de petróleo, também produziu o gás utilizado para alimentar a própria refinaria.
Os derivados foram produzidos no primeiro dos dois parques que farão parte da refinaria, cada um com capacidade para processar 115 mil barris diários de petróleo.
A Petrobras recebeu em novembro a autorização da Agência Nacional de Petróleo para operar todas as unidades de seu primeiro , incluindo as unidades de destilação atmosférica, coqueamento retardado, tratamento cáustico, hidrotratamento de diesel, hidrotratamento de nafta, geração de hidrogênio e tratamento de águas ácidas.
O órgão regulador também autorizou a Petrobras a pôr em operação 36 dos tanques e quatro das esferas de armazenamento de derivados, que têm capacidade para um milhão de metros cúbicos de combustíveis.
Em sua primeira etapa, a produção do primeiro parque estará limitada a 11.765 metros cúbicos diários de combustíveis, o que equivale a 64% de sua capacidade, pelo menos até que a companhia petrolífera complete todos os requisitos exigidos pelas autoridades ambientais.
A Petrobras prevê que a refinaria estará em operação completa em maio de 2015, quando o segundo parque de refino começará a refinar petróleo e a produção de derivados poderá chegar à capacidade total de 230 mil barris diários.
Além de ser uma das maiores refinarias da Petrobras, a Abreu e Lima é a com maior capacidade para produzir diesel, combustível que o ainda importa em grandes volumes. A produção desta refinaria pode atender até 17% do consumo brasileiro de diesel.
Com 11 refinarias, a Petrobras não construía uma nova desde 1980, quando inaugurou a Refinaria Henrique Lage em São José dos Campos (SP).
Ao contrário da Refinaria Abreu e Lima, adaptada para a maior parte do petróleo extraído no Brasil, as demais refinarias da empresa foram projetadas para processar petróleo leve importado, já que na época o Brasil ainda carecia de reservas e produção significativa.
Essa característica obriga a empresa a continuar importando petróleo leve e a exportar grande parte do petróleo pesado que extrai da Bacia de Campos.
A Abreu e Lima pertence exclusivamente à Petrobras, apesar de que o projeto era construir uma refinaria binacional entre Brasil e Venezuela.
A Petrobras anunciou em 2013 que terminaria sozinha a construção da refinaria Abreu e Lima devido ao fracasso das negociações com a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) para que a venezuelana tivesse uma participação na unidade. A intenção era que a Petrobras fornecesse 60% do capital da refinaria e a PDVSA os 40% restantes.
O projeto entre os dois países foi planejado em 2005 pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o falecido Hugo Chávez, mas a aliança passou por diversos problemas devido a divergências nos avais apresentados pela PDVSA.
Devido a estes problemas, a Petrobras iniciou as obras sozinha em 2007, com recursos próprios, e investiu cerca de US$ 18 bilhões na unidade, valor que causou polêmica porque o custo projetado inicialmente era de US$ 2,5 bilhões.
Os investimentos na refinaria estão sendo investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, devido às suspeitas que as obras tenham sido superfaturadas e os recursos desviados. EFE

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