sábado, 6 de dezembro de 2014

Petrobras dá início à produção na Refinaria Abreu e Lima

 
A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a primeira de processamento de petróleo construída pela Petrobras nos últimos 34 anos, começou a refinar petróleo cru neste sábado após quase dez anos de obras e uma grande polêmica por seu elevado custo e pela decisão da venezuelana PDVSA de não se unir ao projeto.
, 6 dez (EFE).- A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a primeira de processamento de petróleo construída pela Petrobras nos últimos 34 anos, começou a refinar petróleo cru neste sábado após quase dez anos de obras e uma grande polêmica por seu elevado custo e pela decisão da venezuelana PDVSA de não se unir ao projeto.
A estatal informou em comunicado que começou a produzir derivados de petróleo na Unidade de Destilação Atmosférica (UDA) da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e que essa produção já foi armazenada nos tanques e esferas da unidade.
“A primeira carga de petróleo, após o processamento na UDA, gerou gás liquefeito de petróleo (GLP), nafta, diesel e resíduo atmosférico (RAT)”, segundo a nota da Petrobras.
A companhia petrolífera informou que, com a primeira carga de petróleo, também produziu o gás utilizado para alimentar a própria refinaria.
Os derivados foram produzidos no primeiro dos dois parques que farão parte da refinaria, cada um com capacidade para processar 115 mil barris diários de petróleo.
A Petrobras recebeu em novembro a autorização da Agência Nacional de Petróleo para operar todas as unidades de seu primeiro , incluindo as unidades de destilação atmosférica, coqueamento retardado, tratamento cáustico, hidrotratamento de diesel, hidrotratamento de nafta, geração de hidrogênio e tratamento de águas ácidas.
O órgão regulador também autorizou a Petrobras a pôr em operação 36 dos tanques e quatro das esferas de armazenamento de derivados, que têm capacidade para um milhão de metros cúbicos de combustíveis.
Em sua primeira etapa, a produção do primeiro parque estará limitada a 11.765 metros cúbicos diários de combustíveis, o que equivale a 64% de sua capacidade, pelo menos até que a companhia petrolífera complete todos os requisitos exigidos pelas autoridades ambientais.
A Petrobras prevê que a refinaria estará em operação completa em maio de 2015, quando o segundo parque de refino começará a refinar petróleo e a produção de derivados poderá chegar à capacidade total de 230 mil barris diários.
Além de ser uma das maiores refinarias da Petrobras, a Abreu e Lima é a com maior capacidade para produzir diesel, combustível que o ainda importa em grandes volumes. A produção desta refinaria pode atender até 17% do consumo brasileiro de diesel.
Com 11 refinarias, a Petrobras não construía uma nova desde 1980, quando inaugurou a Refinaria Henrique Lage em São José dos Campos (SP).
Ao contrário da Refinaria Abreu e Lima, adaptada para a maior parte do petróleo extraído no Brasil, as demais refinarias da empresa foram projetadas para processar petróleo leve importado, já que na época o Brasil ainda carecia de reservas e produção significativa.
Essa característica obriga a empresa a continuar importando petróleo leve e a exportar grande parte do petróleo pesado que extrai da Bacia de Campos.
A Abreu e Lima pertence exclusivamente à Petrobras, apesar de que o projeto era construir uma refinaria binacional entre Brasil e Venezuela.
A Petrobras anunciou em 2013 que terminaria sozinha a construção da refinaria Abreu e Lima devido ao fracasso das negociações com a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) para que a venezuelana tivesse uma participação na unidade. A intenção era que a Petrobras fornecesse 60% do capital da refinaria e a PDVSA os 40% restantes.
O projeto entre os dois países foi planejado em 2005 pelos então presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o falecido Hugo Chávez, mas a aliança passou por diversos problemas devido a divergências nos avais apresentados pela PDVSA.
Devido a estes problemas, a Petrobras iniciou as obras sozinha em 2007, com recursos próprios, e investiu cerca de US$ 18 bilhões na unidade, valor que causou polêmica porque o custo projetado inicialmente era de US$ 2,5 bilhões.
Os investimentos na refinaria estão sendo investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, devido às suspeitas que as obras tenham sido superfaturadas e os recursos desviados. EFE

terça-feira, 15 de abril de 2014

O estrangulamento político e financeiro da Petrobras

Por Valéria Nader em 15/04/2014 na edição 794
Reproduzido do Correio da Cidadania, 8/4/2013                             
    
              

Não é a primeira vez na sua história que a Petrobras é alvo de uma possível CPI. Para o engenheiro Fernando Siqueira, ex-presidente Aepet (Associação de Engenheiros da Petrobras), não se trata, no entanto, de uma CPI séria. O que está de fato em jogo, para o engenheiro, é um acontecimento agora apenas requentado pela mídia, atrelada que está ao jogo do cartel internacional, com o intuito de acabar com a Petrobras, para entregar Pré-Sal, e de “sangrar” a presidente Dilma, presidente do Conselho de Administração à época da compra da refinaria. Mas a atual presidente não sai nem um pouco ilesa das avaliações de Siqueira, muito pelo contrário.
Não é a primeira vez na sua história que a Petrobras é alvo de uma possível CPI. Foi assim quando houve a mudança da Lei de Concessão, criada por FHC, e que acabou com o monopólio estatal do petróleo, para o modelo de partilha, sob Lula. E agora, em ano eleitoral, mais uma vez a empresa está sujeita à abertura de um processo de investigação.
Para o engenheiro Fernando Siqueira, ex-presidente e atual vice-presidente da Aepet, não se trata de uma CPI séria. Afinal, “o investigador mais sério e confiável é o Ministério Público e este já está investigando. CPIs, infelizmente, foram transformadas em chantagens, holofotes, politicagens e palanques eleitorais”.
O que está de fato em jogo, para o engenheiro, é um acontecimento agora apenas requentado pela mídia, atrelada que está ao jogo do cartel internacional, com o intuito de acabar com a Petrobras, para entregar pré-sal, e de “sangrar” a presidente Dilma, presidente do Conselho de Administração à época da compra da refinaria. E bem mais grave do que a polêmica em torno a Pasadena, segundo Siqueira, é o estrangulamento político e financeiro a que tem sido submetida a Petrobras, consequência, dentre outros, da entrega do maior campo do pré-sal e do mundo para a Shell/Total (40%) e uma aliada chinesa (20%). “Mas isto a grande mídia defende. (...) E não para aí. Há uma campanha para o governo leiloar parte de Franco, que é uma estrutura contígua de Libra”, enfatiza o ex-presidente da Aepet.
“O objetivo do cartel do petróleo é derrubar a Petrobras para ganhar o pré-sal. E o da oposição é este, derrubar a Dilma”, diz Siqueira. Mas a atual presidente não sai nem um pouco ilesa das avaliações de Siqueira, muito pelo contrário. “O governo Dilma começou bem, baixando os juros, varrendo a corrupção, mas acabou cedendo às pressões e se submeteu aos banqueiros, elevando os juros, e fundamentalmente ao cartel internacional do petróleo, fazendo três leilões em um único ano: o 11º, que englobou a Margem equatorial (muito promissora), entregou Libra e fez o absurdo leilão do shale gas. Dilma entregou 60% de Libra para o cartel e vai entregar muito mais se o povo brasileiro não se defender”.
A seguir a entrevista completa.
“Em ano eleitoral, a mídia resolveu requentar o assunto”
Acha que os atuais escândalos em torno à Petrobras, associados a alguns outros dados negativos na economia, chegarão a impactar a candidatura Dilma?
Fernando Siqueira – O objetivo da oposição é este, derrubar a Dilma. O do cartel do petróleo é derrubar a Petrobras para ganhar o pré-sal. E a Dilma se submete aos dois em detrimento do país. Ela é mais fraca politicamente do que o Lula e se deixa dominar por interesses antinacionais e eleitoreiros. Por isto acho que a alternância de poder é necessária. O PMDB, que está sempre no poder, se transformou num bando de fisiológicos. O PT está chegando lá.
Como você vê o fato de o novo escândalo em torno à Petrobras, relacionado à questionada compra da refinaria Pasadena, enquanto a presidente Dilma era parte do Conselho Gestor da empresa, explodir somente agora, em um ano eleitoral, e praticamente oito anos após os acontecimentos?
F.S. – Na verdade, trata-se de um fato requentado pela mídia que faz o jogo do cartel internacional, a fim de acabar com a Petrobras para ficar com o pré-sal. Em 2012, como primeiro conselheiro de Administração da Petrobras eleito pelos empregados, o atual presidente da Aepet, Silvio Sinedino, fez essa denúncia. Como defensores da companhia, somos favoráveis à investigação de qualquer que seja o indício de irregularidade cometida, por quem quer que seja. O mais importante é preservar a Petrobras dos ataques que visam inviabilizá-la. Infelizmente, o presidente do Conselho na época, Guido Mantega, não levou adiante, como deveria, uma investigação séria. O ex-presidente Gabrielli foi ao Senado e mostrou que o negócio era bom e fazia parte do plano estratégico da companhia. Os conselheiros Jorge Gerdau e Fabio Barbosa também afirmaram que o aprovaram por ser bom negócio. O problema, a nosso ver, era o preço total pago.
Agora, em ano eleitoral, a mídia citada resolveu requentar o assunto, pois quer sangrar a Petrobras, e a presidente Dilma, presidente do Conselho de Administração na época da compra. Esta, por sua vez, de forma muito irresponsável, emitiu uma nota infeliz e covarde, saindo de fininho para deixar toda a culpa com a Petrobras. E, oito anos depois, demitiu o diretor Cerveró para criar o bode expiatório. Claro que isto não resolve e até distorce o problema.
“A empresa tem sido prejudicada pelo aparelhamento político”
Quanto aos acontecimentos em si, relativos à compra que vem sendo questionada, teria mais detalhes? Vislumbra alguma correlação entre ele e outros semelhantes na empresa?
F.S. – Como eu disse acima, como negócio a compra foi boa. O que se questionou foi o preço pago. Há a nossa preocupação quanto à atual venda de ativos, o tal “desinvestimento”, pois os lobistas que intermediam esses negócios não primam pela integridade. Foi vendido o BMS-65 na Bacia de Campos para a Shell e 40% de um Campo no Rio Grande do Norte para a BP, na iminência de sua descoberta. Não podemos concordar com isto. Não fosse a obrigação da Petrobras de importar derivados e vender para as concorrentes por preço mais baixo, isto não seria necessário. E a mídia comprometida deita e rola: o Estadão manipulou uma declaração do presidente da Astra, o dono da refinaria, que disse que a compra foi o negócio do século, pois os furacões reduziram a produção das outras refinarias e a demanda por derivados aumentou. O Estadão pegou o final da frase para dizer que a venda para a Petrobras é que foi o negócio do século.
O que pensa da instalação de uma CPI para averiguar a polêmica aquisição da refinaria pela Petrobras e a que resultados imagina que se possa chegar?
F.S. – Eu acho que toda denúncia deve ser investigada. Mas o investigador mais sério e confiável é o Ministério Público, e este já está investigando. CPIs infelizmente foram transformadas em chantagens, holofotes, politicagens e palanques eleitorais. Quando estava em elaboração a lei de partilha que iria mudar o entreguismo da lei de concessão, inventaram a CPI para atrapalhar a recuperação da soberania. No ano eleitoral, inventaram outra. Não é sério.
O escândalo de Pasadena chega, por sua vez, concomitante a outros acontecimentos que têm colocado a Petrobras no centro dos noticiários, como, por exemplo, uma administração temerária para a saúde da empresa, com o rebaixamento de tarifas como forma de controlar a inflação. O que tem a dizer, nesse sentido, sobre esta política e a condução administrativa da empresa no geral nos últimos anos?
F.S. – Como dito acima, isto visa a enfraquecer a Petrobras para deixar o pré-sal para o cartel do petróleo e os EUA, que, quando o pré-sal foi descoberto, reativou a 4ª Frota Naval e a colocou no Atlântico Sul, violando a soberania da Argentina e do Brasil. O objetivo era pressionar o governo pelo pré-sal, e funcionou, pois a Dilma entregou 60% de Libra para o cartel e vai entregar muito mais se o povo brasileiro não se defender. A administração da empresa tem sido muito prejudicada pelo aparelhamento político feito pela base do governo. Gerentes nomeados politicamente acabam fazendo o jogo dos partidos em detrimento de uma administração técnica em favor da companhia e do interesse da nação brasileira. Isto é péssimo. A produção vem caindo, os acionistas vêm perdendo e o país perde mais ainda.
“Campanha visa entregar o resto do pré-sal”
Têm sido divulgados ainda diversos dados sobre a queda na receita e rendimentos da empresa nos últimos meses, impactando de forma negativa o seu valor na Bolsa, que está em evidente queda. O que tem a dizer sobre esses dados e também sobre a divulgação que lhes é dada pela mídia corporativa?
F.S. – Muito mais grave do que este negócio de Pasadena, é o fato de se estrangular a Petrobras financeiramente e entregar o maior campo do pré-sal e do mundo para a Shell/Total (40%) e uma aliada chinesa (20%). Mas isto a grande mídia defende. A Globo, no Jornal Nacional de terça-feira, 6/11/2013, atropelou a matemática para mostrar uma conta manipulada, na qual o país vai ficar com 85% do campo de Libra. Fiz as contas e, no máximo, o país vai ficar 40,4% de Libra. O edital criminoso levará este valor a decrescer ao longo do tempo. Dá para acreditar que os gringos pagaram 60% e vão levar só 15%? Claro que não. Isto é crime. É manipulação de opinião.
Mas não para aí. Há uma campanha para o governo leiloar parte de Franco, que é uma estrutura contígua de Libra. Ambos foram entregues à Petrobras por conta da sua capitalização via cessão onerosa: a Petrobras comprou sete blocos da União, que deveriam conter 5 bilhões de barris, e pagou por eles R$ 85 bilhões. Perfurou Franco e achou 10 bilhões de barris. Perfurou Libra e achou 15 bilhões. Pela lei, o governo deveria negociar com ela o excedente dos 5 bilhões através de contratos de partilha. Ao invés disto, o governo tomou Libra da Petrobras e fez um leilão fajuto entregando 60% para estrangeiros. Agora quer leiloar o excedente de Franco. Outro absurdo: em janeiro de 2012, a ANP doou para a Shell uma área da União, de 250km², contígua ao Bloco BMS-54, adquirido pela Shell sob a lei antiga. Dupla ilegalidade: 1) a lei só permite entrega de áreas sem leilão à Petrobras; 2) pela lei, a Petrobras é a operadora única do pré-sal. Quando estourou o escândalo, a ANP desfez a doação e mandou a pré-sal Petróleo SA (PPSA) negociar com a Shell. Os diretores da PPSA são “amigos” da Shell.
Ou seja, os fatos recentes têm plena associação com o recente leilão do pré-sal, que já carreou tantas críticas quanto à entrega de nosso “bilhete premiado”.
F.S. – Exato. O leilão do campo de Libra, o maior do pré-sal e do mundo, foi um crime de lesa pátria, que a grande mídia defendeu de forma torpe, inclusive manipulando contas, como já dito. O campo, pela lei, tinha que ser negociado com a Petrobras, pois é uma área estratégica e a lei nova estabelece isto. Libra tem uma reserva de 15 bilhões de barris ou mais. Ao valor de US$ 100 por barril, chega-se a US$ 1,5 trilhão, dos quais 60% foram entregues ao capital externo. Então, esta campanha visa mesmo é a enfraquecer a Petrobras para que seja entregue o resto do pré-sal.
“O PMDB é um bando de fisiológicos. O PT está chegando lá”
Faria uma comparação entre os governos FHC, Lula e, agora, Dilma, no que se refere à administração da empresa e aos resultados, benéficos e/ou maléficos, a que se chegaram em cada um desses governos?
F.S. – O governo FHC foi, a meu ver, o pior da nossa história. As mudanças que ele patrocinou na Constituição, no capítulo da ordem econômica e financeira, foram desastrosas. Quebrou monopólios; escancarou o subsolo e navegação dos nossos rios para empresas estrangeiras; eliminou a diferença entre empresa nacional e empresa estrangeira; emitiu um decreto que isenta do imposto equipamento estrangeiro, matando 5000 empresas fornecedoras de equipamentos do setor petróleo; desnacionalizou estatais estratégicas; e propiciou a venda de 3000 empresas nacionais, privadas, para estrangeiros; abriu o monopólio do petróleo e fez uma lei em que todo o petróleo é de quem o produz. Iniciou o processo de desnacionalização da Petrobras. Sua política na área internacional teve a postura de submissão total aos EUA. O governo Lula tentou recuperar alguns valores. Embora tenha feito a reforma previdenciária e continuado os leilões de petróleo, mudou a lei de concessão para partilha de produção, que recupera a propriedade da União, colocando a Petrobras como operadora única do pré-sal. Fez uma política internacional muito boa, abrindo mercados e se integrando com a América Latina e com a África e prestigiando o Mercosul, a Unasul e o G20. O governo Dilma começou bem, baixando os juros, varrendo a corrupção, mas acabou cedendo às pressões e se submeteu aos banqueiros, elevando os juros, e fundamentalmente ao cartel internacional do petróleo, fazendo três leilões em um único ano: o 11º, que englobou a margem equatorial (muito promissora), entregou Libra e fez o absurdo leilão do shale gas.
Acha que os atuais escândalos em torno à Petrobras, associados a alguns outros dados negativos na economia, chegarão a impactar a candidatura Dilma?
F.S. – O objetivo da oposição é este, derrubar a Dilma. O do cartel do petróleo é derrubar a Petrobras para ganhar o pré-sal. E a Dilma se submete aos dois em detrimento do país. Ela é mais fraca politicamente do que o Lula, e se deixa dominar por interesses antinacionais e eleitoreiros. Por isto acho que a alternância de poder é necessária. O PMDB, que está sempre no poder, se transformou num bando de fisiológicos. O PT está chegando lá.
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Valéria Nader é jornalista, economista e editora do Correio da Cidadania

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Decisivo, Zavascki já indicou que irá absolver réus da pena de quadrilha
 


Fernanda Calgaro e Guilherme Balza
Do UOL, em Brasília e em São Paulo
  • Fiel da balança na fase atual do julgamento do mensalão, o ministro Teori Zavascki já deu mostras de que absolverá os oito réus da acusação de formação de quadrilha que têm um novo julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado apresentará seu voto na sessão desta quinta-feira (26), com início programado para 10h.
Os réus cujas condenações por formação de quadrilha estão sendo revista são o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares; os publicitários Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz; e os ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado.
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O julgamento do mensalão no STF200 fotos

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26.fev.2014 - O ministro Ricardo Lewandowski retoma nesta quarta-feira (26) no STF (Supremo Tribunal Federal) a parte final do julgamento do mensalão. Os ministros vão decidir se os réus mais importantes do caso vão ter ou não as penas reduzidas Sérgio Lima/Folhapress
Os acusados tiveram direito a um novo julgamento porque no ano passado o Supremo entendeu que são cabíveis embargos infringentes para réus que foram condenados, mas receberam quatro votos pela absolvição.
No julgamento de 2012, votaram pela absolvição dos réus: Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Já os ministros Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Cezar Peluso e Ayres Britto votaram pela condenação por formação de quadrilha. Em função de aposentadoria compulsória, Peluso e Britto foram substituídos por Zavascki e Luís Roberto Barroso e não participam da fase atual do julgamento.

Cronologia do mensalão

  • Nelson Jr/STF Clique na imagem e relembre os principais fatos do julgamento no STF
Com a mudança, os dois novatos passaram a ser decisivos para o futuro dos condenados por formação de quadrilha.

Quatro votaram por absolvição

Na sessão de ontem (26), Barroso absolveu todos os réus, assim como Lewandowski, Toffoli e Cármen Lúcia, que anteciparam seus votos e reafirmaram o entendimento de 2012.
Até agora, o único que votou pela condenação dos réus por quadrilha foi o relator dos embargos infringentes,
ministro Luiz Fux, que deve ser seguido por Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Barbosa. A ministra Rosa Weber também deve manter o mesmo voto de 2012, absolvendo os acusados.
Com esse cenário, o voto de Zavascki será determinante para livrar ou condenar os réus.

STF retoma análise de recursos de réus no mensalão - 7 vídeos


Precedentes

Em novembro passado, quando a Corte analisava os embargos de declaração, Zavascki sustentou que as penas para as condenações por formação de quadrilha foram aumentadas de modo exagerado e desproporcional na comparação com outros crimes.
O ministro verificou que os crimes de peculato ou de corrupção tiveram aumento de pouco mais de 20%, enquanto o de quadrilha foi elevado para mais de 60%, chegando a 75% de ampliação no caso de Dirceu. Na ocasião, ele propôs a redução das penas, resultando na prescrição delas.

ENTENDA COMO FUNCIONA
A PRESCRIÇÃO

A prescrição varia em cada etapa do processo. No mensalão, o tempo de prescrição começa a ser contado a partir do momento em que a denúncia foi recebida --no caso, em 2007.

Para crimes de punição de até dois anos, a prescrição ocorre quatro anos depois do recebimento da denúncia. Penas de dois a quatro anos prescrevem em oito anos.

Se os ministros decidirem reduzir as penas quanto à quadrilha para menos do que dois anos, as penas dos condenados no mensalão serão consideradas prescritas em 2011, antes do início do julgamento.
A mesma tese foi sustentada ontem por Barroso, que defendeu a extinção de punibilidade (veja mais no box ao lado)."Há outra razão pela qual eu acho que se deveria acolher os embargos: quatro ministros absolveram (...) E eu entendo que há prescrição, portanto, extinção da punibilidade, e o ministro Teori, no voto que deu nos embargos de declaração, também entendia que estava extinta a punibilidade. Portanto, quatro entendem pela absolvição e dois, pelo menos, pela extinção da punibilidade, que significa não poder aplicar a pena", afirmou Barroso, logo após o final da sessão.
No julgamento do senador Ivo Cassol (PP-RO) no STF, em agosto de 2013, Zavascki deu outra indicação de que votará pela absolvição da acusação de quadrilha nos réus do mensalão.
Na ocasião, o ministro condenou o parlamentar por fraude em licitações, mas o absolveu da acusação de formação de quadrilha com o argumento de que a primeira condenação "supõe combinações ou ajustes" entre mais de um sujeito e "pressupõe coautoria."
Caso sejam absolvidos da acusação de quadrilha, os réus terão a pena total diminuída (veja a tabela no final do texto). Dirceu e Delúbio deixariam o regime fechado e migrariam ao semiaberto. 

Lavagem de dinheiro

Além dos oito acusados de formação de quadrilha, o ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), o ex-assessor do PP João Cláudio Genú e o ex-sócio da corretora Bônus-Banval Breno Fischberg serão julgados novamente pela acusação de lavagem de dinheiro, na qual foram condenados, mas receberam quatro votos pela absolvição.
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Frases do julgamento do mensalão200 fotos

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26.fev.2014 - "Eu não preciso do seu elogio, ministro", disse o ministro Joaquim Barbosa em resposta ao voto do ministro Luís Roberto Barroso, no julgamento do mensalão nesta quarta-feira (26) Nelson Jr/STF /Arte Uol

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ônibus anfíbio de turismo começa a receber passageiros no Rio


 
01/02/2014 10h25
  • Rio de Janeirol
  • Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade      
  •     
As árvores do Aterro do Flamengo e as águas da Baía de Guanabara podem ser vistas em um único passeio partir de hoje (1º), e só quem precisará trocar de assento é o motorista, que cede lugar ao marinheiro quando o ônibus anfíbio Duck Copacabana desce a rampa da Marina da Glória e entra no mar. Projeto de empresários brasileiros, o veículo é o primeiro do Brasil a percorrer água e asfalto em um trajeto turístico.

"Tivemos a ideia quando fizemos o passeio em Boston. Conversando, até pensamos em comprar um lá fora, mas achamos melhor fazer aqui mesmo. Somos engenheiros", conta Ilídio Soares, um dos sócios da Duck Tour Brasil. "Isso há cinco anos. Começou como uma brincadeira, para a gente mesmo andar."

O passeio custa R$ 100 por pessoa e dura uma hora e meia. O valor supera os R$ 55 dos Trens do Corcovado, e os R$ 62 do Bondinho do Pão de Açúcar. Cariocas com comprovante de residência, crianças de até 10 anos e idosos pagam meia. Como o ônibus só tem 28 lugares, a empresa recomenda que os interessados cheguem antes da hora do passeio. O primeiro horário do dia é às 10h, e, o último, às 17h.
O percurso começa no bairro da Urca, bem em frente à Estação do Bondinho. De lá, o ônibus de 3,70 metros de altura contorna a Enseada de Botafogo e entra no Aterro do Flamengo, passando apenas 20 centímetros abaixo das passarelas do parque. Pelas janelas, passam algumas das paisagens mais características da cidade, como o Cristo Redentor, o vai e vem dos teleféricos entre o Morro da Urca e o Pão de Açúcar e o paisagismo de Burle Marx. Quando passa para o mar, o veículo sai da Marina da Glória e faz uma volta que mostra, além das montanhas do Rio, a orla de Niterói ao longe, os aviões que pousam e decolam no Aeroporto Santos Dumont e a Praia do Flamengo.
O ônibus não tem ar-condicionado, e Ilídio defende a opção afirmando que as janelas garantem a brisa e colocam o passageiro em contato com a paisagem: "Faz parte da aventura". Na primeira parte da viagem, por terra, a velocidade pode passar dos 60 quilômetros por hora, mas, na segunda, o ônibus passeia a 3,5 nós, o que equivale a cerca de seis quilômetros por hora. 
"A ideia é que as pessoas possam fotografar e contemplar bastante", diz Paulo Vasconcellos, que também é sócio da empresa. Na descida e na subida pela rampa, a transição é suave, e a sensação é a de uma ladeira comum. 
Para oferecer o serviço, os empresários tiveram que registrar o veículo no Departamento de Trânsito (Detran) e na Capitania dos Portos. A autorização para navegar levou oito meses para ficar pronta: "Eles exigiram muito porque é um veículo novo e quiseram ter certeza. Testaram de todas as formas e inclinações", diz Ilídio Soares.
O empresário explica porque considera o Duck Copacabana seguro: "Compramos um chassi de ônibus, transformamos com tração nas quatro rodas para ter mais capacidade de subir rampas, e, a partir daí desenvolvemos novas técnicas. Ele é todo seccionado e tem quatro compartimentos estanques. Se der algum furo, ele é bem seguro. Os compartimentos estanques têm isopor naval. Se furar, não enche de água. Continua com uma flutuabilidade muito grande". O grupo pensa em expandir o serviço em números de ônibus e já trabalha no desenvolvimento de um carro de passeio com as mesmas capacidades.
Com toda a família, Patrícia Schimitt elogiou o investimento depois de participar de um passeio experimental nessa sexta-feira (31): "É uma vista privilegiada e não habitual até para o carioca. A cidade está precisando de mais atrações diferentes. Vêm a Copa do Mundo e as Olimpíadas e a gente tem que caprichar, porque vamos viver disso."
Durante seu passeio de bicicleta pela Urca, Graça Mendes, de 58 anos, dona de um bar na Lapa, já tentava se informar para fazer o passeio: "Esse é o sonho de todo mundo que é da minha época e via o James Bond entrar na água com aqueles carros".

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

RESUMO DAS NOTÍCIAS DOS JORNAIS DE HOJE (29-01-2014 - QUARTA-FEIRA

29 de janeiro de 2014

Correio Braziliense


Manchete: Governo amplia auxílio-moradia para servidores
Uma medida provisória em tramitação no Congresso modifica um benefício amplamente utilizado no funcionalismo público federal: o auxílio-moradia. A MP 632 extinguiu o prazo-limite de oito anos e autoriza por tempo indeterminado o pagamento do adicional, que pode chegar a R$ 4.377. A norma atende especialmente os apadrinhados do governo PT, no poder há 13 anos. Na Justiça, duas decisões também afetam o servidor. O presidente em exercício do Supremo, Ricardo Lewandowski, suspendeu os convênios de adesão ao superplano da Geap. E o Tribunal de Justiça do DF vetou os supersalários de médicos da rede pública, alguns com o contracheque próximo de R$ 50 mil. (Págs. 1 e 2,10 e 20)


As medidas radicais dos emergentes
Turquia, Índia e Brasil adotam medidas drásticas para evitar o derretimento de suas moedas. O BC turco elevou os juros de 7,75% para 12% ao ano. (Págs. 1 e 8)
Entre jantares e conversas
Em Havana, Fidel e Dilma se encontraram por duas horas. Sobre os gastos em Lisboa, a presidente rebateu: “Posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta”. (Págs. 1 e 3 e 9)
Vale tudo. Até perdoar
Inimigos ferozes desde a Operação Caixa de Pandora, Roriz e Arruda discutem aliança para as eleições. Também desafeto de Arruda, Luiz Estevão viria a reboque ao palanque. "Na política, não existem inimizades incontornáveis nem amizades definitivas", diz Estevão. (Págs. 1 e eixo capital 20)
Em julgamento, os voos de ldeli
A Comissão de Ética da Presidência analisa hoje as denúncias de uso irregular de helicóptero pela ministra. (Págs. 1 e 4)
Briga por voto acirra a rebeldia de PMs
De olho em 90 mil eleitores, entre policiais e suas famílias, lideranças da categoria incentivam movimentos como a Operação Tartaruga.

Muitos deles admitem abertamente a candidatura. (Págs. 1 e 19)
Polêmica: Maconha opõe Justiça e MP
Juiz do DF absolveu um homem acusado de tentar entrar na Papuda com a erva. Promotores contestam a decisão. (Págs. 1 e 23)
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Estado de Minas


Manchete: Quase no ponto
Primeiros ônibus do BRT da capital chegam às empresas que operarão o sistema

O Estado de Minas flagrou um dos veículos articulados, já pintado e adequado às especificações da BHTrans, na concessionária Cidade BH, em Venda Nova. A empresa é uma das responsáveis pelas 15 linhas da primeira etapa do serviço, batizado de Move, cuja entrada em funcionamento está marcada para o dia 15, nos corredores das avenidas Cristiano Machado, Santos Dumont e Paraná. O cálculo é de que sejam necessários pelo menos 89 ônibus para o início da operação. Mas, no início do mês, as montadoras só garantiam a entrega de 42 até a data da inauguração. As obras nas três avenidas, que estão entre 92%e 94% concluídas, terão de ser tocadas em ritmo acelerado.A Sudecap garante que tudo estará pronto a tempo. (Págs. 1 e 17)
Risco à saúde nas manicures
Estudo feito na UFMG revela que mais de 60% dos salões de BH expõem clientes a doenças por falta de higienização dos aparelhos. (Págs. 1 e 19)
Tragédia no Rio
Um caminhão basculante com a caçamba levantada bateu numa passarela de pedestres derrubando a estrutura, que esmagou dois carros e uma moto na Linha Amarela, na Zona Norte. Quatro pessoas morreram, pelo menos cinco se feriram e o trânsito ficou caótico numa das principais vias da cidade. Algumas pessoas que atravessavam a passarela caíram num córrego entre as pistas e foram resgatadas com vida pelos bombeiros. O caminhão trafegava no local em horário proibido e em excesso de velocidade. (Págs. 1 e 7)
Planejamento: Brasileiro não sabe controlar suas finanças
Pesquisa feita em todas as capitais mostra que oito em cada 10 entrevistados têm pouco ou nenhum conhecimento sobre controle de despesas pessoais. Se recebessem inesperadamente um valor cinco vezes maior que o salário, 68% o destinariam ao consumo. E só 49% têm algum dinheiro sobrando no fim do mês. (Págs. 1 e 11)
Autorizado aeroporto privado em Pouso Alegre (Págs. 1 e 13)


Ribeirão das Neves: Presídio privado terá mais 2.016 vagas até dezembro (Págs. 1 e 18)


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Jornal do Commercio


Manchete: Mutirão pelo emprego (Págs. 1 e economia 3)


Vereadores de Caruaru pedem reajuste (Págs. 1 e 4)


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Zero Hora


Manchete: Rodoviários planejam parar 100% dos ônibus da Capital
Sem acordo com empresas e prefeitura, os sindicalistas prometem greve total a partir de hoje, descumprindo ordem judicial que determina 70% da frota nas horas de pico. (Págs. 1 e 8,26,27 e 47)
Executivo: Diárias batem recorde no governo Tarso
Gasto médio anual é 89,7% maior do que o de Yeda e 68,4% maior em relação ao de Rigotto. (Págs. 1 e 6)
Copa nas ruas: Planalto monta estratégia para evitar violência
Protestos recentes contra o Mundial levam à criação de gabinete informal de crise. (Págs. 1 e 4, 5 e 10)
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Brasil Econômico


Manchete: Dilma decidirá áreas afetadas por corte fiscal
O tamanho da redução no orçamento de 2014, que ainda não foi definida, pode resultar em menor gasto com saúde e educação, duas áreas prioritárias do governo. As alternativas em estudo incluem o aumento da meta de superávit primário para algo entre 1,7% e 2% do PIB. (Págs. 1 e 7)
Algo no ar
Vladimir Putin garantiu, em Bruxelas, que a Rússia vai honrar o compromisso de emprestar US$ 15 bilhões à Ucrânia. Ao mesmo tempo em que tenta esvaziar a oposição em Kiev, ele enfrenta problemas de segurança na Olimpíada de Inverno de Sochi.(Pág. 1)
Governo prepara nova lei para imigrantes
A atual legislação é de 1980 e não atende às necessidades do crescente ingresso de estrangeiros, sobretudo do Haiti, Senegal e Bangladesh. Muitos chegam ao país pedindo asilo político, mas acabam permanecendo na clandestinidade. (Págs. 1 e 4 a 6)
Lei de Responsabilidade Fiscal: Prefeituras atrasam envio de informação
Dados do Tesouro Nacional mostram que 344 prefeituras brasileiras — pouco mais de 6% do total — não haviam encaminhado suas contas anuais referentes a 2012. (Págs. 1 e 8)
Campus Party
Encontro amadureceu: foco agora é em investimentos. (Págs. 1, 12 e 13)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

DO PAÍS (PAINEL DO PAIM)


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Artigo do El País descreve um Brasil que só aceita a democracia
 
Em um artigo publicado no El País, Arias diz que o país quer ficar livre das prevaricações de muitas tentações políticas e populistas, como mostrou os protestos de junho do ano passado e este desejo coletivo não tem mais volta. "Hoje os brasileiros esmagadoramente não desiste dos valores democráticos conquistados e com dor e, por vezes, até mesmo sangue", diz o texto. O artigo relata que uma realidade que foi constatada agora é que o Brasil parecia um gigante adormecido, aceitou sem indignação todos os crimes e corrupção cometidos contra a democracia, mas hoje estão desiludidos com a política.
Arias diz que "Brasil perdeu a virgindade de sua adolescência" e só aceita viver agora em uma democracia. "O protesto contra a forma como os políticos agem, a decepção com o comportamento antiético, a ameaça de não votar em massa nas próximas eleições, desinteresse e menos desprezo pela democracia, mas um desejo de formas mais limpas significa mais participativa", destaca o texto. 
De acordo com Juan Arias, enquanto que em países como a Europa cresce um mal estar que tem levado à uma nostalgia pelo passado autoritário, com tentações anti-semitas, no Brasil acontece o inverso. "Eles [brasileiros] lutam para abrir maiores margens de democracia e de protestar contra as possíveis tentações do populismo. Brasileiros querem mais democracia, não menos", ressalta Arias.
O jornalista comenta das conquistas sociais do governo PT, desde a administração Lula e diz que se a presidente Dilma Rousseff renovar o seu mandato, como indicam as pesquisas recentes, o Brasil vai comemorar. E avaliou a consolidação da democracia através dos partidos no decorrer dos últimos 30 anos. Arias faz uma reflexão desta conquista democrática e ressalta que "a possibilidade de viver em liberdade, sem a sombra do medo da polícia ou retrocesso é muito mais importante do que ganhar a Copa do Mundo".
Para o jornalista, o Brasil não precisa mais de líderes ou salvadores, pois é um país moderno, que entrou totalmente na dinâmica do jogo democrático e se sentiu confortável nele. "Ele quer ser, sim, protagonista desta conquista, muito menos sem as mãos daqueles que procuram o benefício dos cidadãos em todas as decisões, deixando-lhes apenas a liberdade miserável de votar a cada quatro anos. E obrigatório".

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014