domingo, 8 de junho de 2008

G8 e potências asiáticas pedem aumento urgente da produção de petróleo

Para ministros, há 'urgente necessidade de aumento dos investimentos no setor energético'.
Documento conjunto aponta aumento da demanda como causa da alta dos preços.
Da France Presse

Os 11 países que representam dois terços do consumo de energia do planeta reiteraram neste domingo (8), no Japão, a preocupação com a elevação do preço do petróleo e pediram um aumento da produção do "ouro negro" diante do perigo de uma recessão mundial.

Os titulares da Energia do G8, os oito países mais industrializados do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia - realizaram uma reunião em Amori (norte do Japão) em que também participaram três potências econômicas asiáticas: China, Índia e Coréia do Sul.

"Compartilhamos uma grande preocupação pelo nível atual do preço do petróleo", declararam os 11 países em um comunicado conjunto.

Os países consideram ainda "uma urgente necessidade de aumento dos investimentos no setor energético" para desenvolver a produção de petróleo e tentar frear a alta dos preços.


Editoria de arte G1

O 'ouro negro', que teve seus preços multiplicados por cinco desde 2003, bateu um novo recorde na sexta-feira em Nova York, sendo comercializado por US$ 138,54 dólares por barril. Os analistas acreditam que chegará a US$ 150 antes de julho.

"Assinalamos a necessidade de maximizar o investimento em nossas próprias produções nacionais", reconheceram os 11 países assinantes do comunicado, dentre os quais há importantes produtores de petróleo, como Rússia, Estados Unidos e Canadá.

Nesse sentido, pediram "aos outros países produtores de petróleo que aumentem os investimentos para manter uma boa provisão aos mercados", apesar de reconheceram que a tensão atual no preço do produto se deve a fatores "estruturais" como o aumento da demanda.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que representa 40% da produção mundial, se negou até agora a aumentar a produção, por considerar que a alta dos preços se deve à especulação e não a um déficit da oferta.

Contudo, ao iniciar os debates, o ministro japonês de Energia, Akira Amari, se mostrou especialmente preocupado. "Se deixarmos a situação como está, poderemos chegar a uma recessão da economia mundial", advertiu, acrescentando que "garantir a segurança energética, incluindo a estabilidade do petróleo" se tornou "prioridade" dos grandes países consumidores.

Serguei Shamtko, ministro de Energia da Rússia, única grande exportadora entre os presentes, assegurou que Moscou pretender continuar sendo "um abastecedor de energia estável para os outros países".

Por sua vez, o seu colega sul-coreano, Lee Youn-Ho, afirmou que os preços atuais são "anormais" e julgou necessária uma cooperação internacional "para manter o abastecimento estável do petróleo".

Após a reunião, Amari explicou que os participantes criaram um marco comum, a Associação Internacional para Cooperação sobre Eficácia Energética (IPEEC), dedicada à economia de energia.

"A época da energia barata parece ter terminado, e nenhuma economia deve apostar em uma volta dos preços baixos", afirmou o comissário europeu de Energia, Andris Piebalgs. Para ele, "é preferível realizar desde agora investimentos em tecnologia para a eficácia energética e energia limpa".

A reunião de Aomori faz parte de uma série de encontros ministeriais preparatórios para a cúpula de chefes de Estado e de Governo do G8, de 7 a 9 de julho em Toyako, norte do Japão.

A luta contra a mudança climática será uma das prioridades desse encontro. Amari destacou que os 11 países reunidos neste domingo consomem 65% da energia mundial e produzem 65% das emissões de dióxido de carbono (CO2) - que provocam o aquecimento global. "A mudança climática e os temas energéticos são as duas faces da mesma moeda", resumiu.

G1

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