quinta-feira, 3 de abril de 2008

Petrobras inaugurará em fevereiro primeiro dique seco do Brasil



03/04/2008 - 15h17

Rio de Janeiro, 3 abr (EFE).- A Petrobras anunciou hoje que o primeiro dique seco do Brasil - que oferecerá condições para o compartilhamento simultâneo de obras de construção, conversão e reparo de emergência de plataformas de produção e de perfuração - entrará em operação em fevereiro de 2009.

O dique, em construção em um complexo de estaleiros na localidade litorânea do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, permitirá armar e reparar em seus dois píeres estruturas de perfuração e produção de petróleo do tamanho de um estádio de futebol, ancorados em águas profundas.

As instalações receberam hoje a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com seus principais ministros e executivos da Petrobras.

A empresa ainda está elaborando o programa de exploração de suas novas jazidas, localizada em uma estrutura geológica de até cinco quilômetros de profundidade em águas marinhas.

Esse campo petrolífero de 800 quilômetros de longitude e 200 de largura, localizado em águas territoriais do sudeste brasileiro, poderia conter até 80 bilhões de barris em reservas possíveis, e colocar o Brasil, em dez anos, como um dos grandes países petroleiros do mundo, segundo cálculos da empresa divulgados no final de 2007.

Até agora, a Petrobras só revelou oficialmente a existência de reservas comprovadas de entre cinco bilhões e oito bilhões de barris, no campo de Tupi, no qual terá como sócias exploratórias a portuguesa Galp e a britânica BP.

O projeto "envolve um grande volume de plataformas, o número de unidades (a construir no dique) vai depender desse programa de trabalho", disse o presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, ao apresentar os detalhes do dique seco.

Em média, cada casco das plataformas custa entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões.

A expectativa é que o dique atraia investimentos de US$ 5 bilhões em uma dezena de cascos de novas plataformas.

A Petrobras será a usuária exclusiva do dique durante os próximos dez anos a partir do início de suas operações, e depois desse período o complexo passará ao controle de sua parceira na construção do projeto, a empresa ATorre.

Até agora, as plataformas são finalizadas no Brasil a partir de cascos de navios petroleiros de segunda mão, comprados no exterior e que são reformados para depois receber as instalações de processamento de hidrocarbonetos.

"Estamos anunciando a perspectiva inédita de oferecer este dique para fazer os cascos em série do Brasil, em um processo que dura oito meses para cada unidade", disse Gabrielli.

"A idéia é construir cascos sob o mesmo padrão, o que reduzirá os custos e aumentará a capacidade de produção de petróleo do Brasil", destacou o executivo.

A expectativa é consolidar no Rio Grande do Sul um pólo naval que fará a Petrobras competitiva com concorrentes internacionais, destacou o gerente do projeto, Alexandre García.

A primeira plataforma a ser construída nestas instalações de 500 mil metros quadrados e 350 metros de longitude será a P-55, entre 2009 e 2011.

Lula também visitou no Rio Grande as obras de outra plataforma, a P-53, um projeto de US$ 1,3 bilhão com previsão de ser concluída até o final de 2008.

Essa estrutura terá capacidade para produzir 180 mil barris por dia de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural no campo de Marlim, a 1.080 metros de profundidade.

UOL

Nenhum comentário: