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EM FOCO: A CAMPANHA "O PETROLEO É NOSSO"
A campanha do petróleo movimentou o Brasil a partir de 1947, com o fim da II Guerra Mundial e a derrubada da ditadura do Estado Novo. A ela se opunham setores liberais, chamados de "entreguistas" pelos grupos nacionalistas. À frente da campanha, o escritor Monteiro Lobato e os generais Leônidas Cardoso (pai do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e Júlio Caetano Horta Barbosa, entre outras figuras ilustres da época.
Para os setores nacionalistas, a independência econômica deveria ser um complemento da liberdade política trazida pelo movimento democratizante e isto só seria possível com a exploração do petróleo brasileiro, um grito de guerra lançado na década de 30 pelo escritor. Não foi à toa que a primeira prospecção brasileira foi realizada na cidade de Lobato, na Bahia, ainda em 1938.
Em todo a fase de preparação do anteprojeto e de discussão no Congresso do projeto do Estatuto do Petróleo, a campanha ganhou as ruas sob a liderança do Centro de Estudos e Defesa do Petróleo, instalado solenemente em 21 de abril de 1948, na sede da Automóvel Clube do Brasil. A presidência de honra coube ao ex-presidente Arthur Bernardes.
O centro de Estudos passou a coordenar as atividades em todo o país, já que, até então, as manifestações eram desorganizadas. Com apoio da União Nacional dos Estudantes, foram organizadas a semana e o mês do petróleo. E houve até uma eleição para escolher a rainha do petroleo brasileio. Venceu Petronilha Pimentel, que posou com as mãos sujas de óleo para a campanha.
Na época, o país vivia um boom de desenvolvimento econômico e a indústria do petróleo precisava acompanhar esse boom. Em 1950, o consumo do combustível praticamente triplicara, passando de 34 mil barris para 100 mil. No ano seguinte, o presidente Getúlio Vargas lança um projeto de lei para a criação da Petrobras. Depois de quase dois anos de batalhas no Congresso, a lei é aprovada no Senado e sancionada pelo presidente em outubro de 1953.
Homenagem, no painel da campanha "O petróleo é nosso", a imagem de Artur Bernardes